Para preservar estes recursos
marinhos surgiram as Reservas Naturais. Na RAM existem duas exclusivamente
marinhas: a Reserva Natural Parcial do Garajau, primeira reserva exclusivamente
marinha a ser criada em Portugal, e a Reserva Natural do Sítio da Rocha do
Navio. Ambas apresentam ecossistemas de elevado valor ecológico e paisagístico.
Existem ainda as Reservas Naturais
das ilhas Desertas e das Selvagens, com o estatuto de Proteção Integral, que
para além do meio marinho abrangem também a área terrestre.
Devido às condições
excecionais de temperatura e à ausência de correntes fortes, bem como, à
biodiversidade marinha, a Madeira é também procurada para a prática de mergulho
amador, sendo o turismo subaquático cada vez mais uma realidade na Região. Entre
as principais espécies marinhas acidentadas da RAM destacam-se desde maníferos,
aves e répteis, designadamente: Lobo Marinho, Boca-de-Panela, Roaz-Corvineiro, Cachalote, Patagarro, Freira da Madeira, Freira do Bugio, AlmaNegra, Calcamar, Roque de Castro, Borrelho-de-coleira-interrompida, Garajau,
Cagarra, Pintaínho e a Tartaruga-Boba.
PRINCIPAIS
ACIDENTES:
- Destruição de ninhos por herbívoros – As aves marinhas nidificam em terra uma vez por ano. A presença de herbívoros introduzidos, como as cabras, constitui um perigo para algumas espécies: destruição de ninhos por pisoteio e redução do habitat por destruição do coberto vegetal;
- Colisões entre animais e embarcações – Causa de ferimentos e morte de mamíferos e tartarugas marinhas.
- Derrame de hidrocarbonetos ou de substâncias perigosas – Poluição por acidentes que provocam derrames de petróleo ou outras substâncias perigosas no mar. Estes produtos são uma das causas de morte de aves, tartarugas e mamíferos marinhos.
- Ingestão de lixo – Ingestão de material antropogénico. As tartarugas e os mamíferos marinhos confundem muitas vezes o lixo, principalmente plásticos, com alimento. Um saco de plástico ingerido pode obstruir o estômago do animal e condená-lo a uma morte lenta e dolorosa.
- Encandeamento provocado por iluminação artificial – Iluminação pública ao longo da costa. À noite, as aves marinhas orientam-se pelas estrelas. Na época de nidificação, em que vêm a terra, a existência de iluminação ao longo da costa pode atraí-las e encandeá-las, desorientando-as.
- Acidentes
com artes de pesca – Acidentes com redes, linhas e outras
artes de pesca abandonadas. Este tipo de material abandonado ou perdido no mar
provoca a captura acidental de aves, peixes, tartarugas e mamíferos marinhos causando,
muitas vezes, a sua morte.
PRINCIPAIS
AMEAÇAS:
- Perda de habitat por ocupação humana – Degradação e perda de habitat causadas pelas atividades humanas. Ocupação e alteração do litoral.
- Perda de habitat por animais e plantas exóticas – Presença de herbívoros que têm como consequência a erosão do solo. Ocupação do solo por plantas infestantes.
- População reduzida – Espécies com reduzido número de indivíduos são mais vulneráveis aos fatores de risco. Acidentes ou doenças podem pôr em causa a sobrevivência da espécie.
- Abate e captura ilegal de animais – Abate ou captura ilegal para consumo humano ou comercialização. Captura ilegal de ovos. Embora protegidos por lei, alguns animais são ainda hoje em dia capturados, quer para alimentação, quer pela procura das suas peles ou ovos, por comerciantes e colecionadores.
- Competição pelo habitat – As aves marinhas quando vêm a terra para nidificar, necessitam de espaço para construir os seus ninhos. Em ilhas de reduzidas dimensões, como as Desertas ou as Selvagens, existe um desequilíbrio provocado por competição pelo espaço disponível, em virtude do aumento anormal da população de outras espécies de aves.
- Animais introduzidos – O rato e o gato são os principais predadores de ovos e juvenis de aves marinhas.
- Competição com o Homem – Os animais marinhos competem com o Homem pelos mesmos recursos alimentares.
- Stress provocado pela ação humana – Ruído provocado pelo tráfego marítimo, condutas pouco apropriadas por parte de operadores marítimo-turísticos, realização de exercícios militares navais.
- Falta de conhecimento – Pouco conhecimento sobre Ecologia e Biologia da espécie, o que constitui uma grave limitação à sua conservação e à gestão do seu habitat.
- Falta
de consciência ecológica – Pouca sensibilidade por parte da
população em geral para a importância e necessidade de conservação da espécie.
Sem comentários:
Enviar um comentário