quarta-feira, 21 de março de 2012

CONCURSO DE POEMAS “ÁGUA E FLORESTA”

No âmbito das comemorações dos dias mundiais da Floresta e da Água (dias 21 e 22 de Março, respetivamente) a coordenação do projeto Eco-Escolas está a promover um concurso de poemas alusivo aos temas Água e Floresta. O objetivo é sensibilizar para a importância da preservação daqueles recursos naturais, bem como incentivar à prática da escrita criativa.
Para participares basta enviares o teu poema para o endereço de e-mail: eco23campanario@gmail.com. Não te esqueças de te identificar com o teu nome (primeiro e último) e turma, pois só dessa forma a tua participação será considerada válida. Este concurso estará “aberto” até ao dia 27 de Abril, data a partir da qual será selecionado o melhor poema. Os autores dos três melhores trabalhos serão premiados com filmes em DVD e /ou jogos para PlayStation à escolha dos próprios.
Eis um exemplo de um trabalho, da autoria do professor Renato Azevedo:






Árvore que me ofereces a proteção dos teus braços delicados
Trazendo-me à memória os momentos que passámos enleados
Naquelas tardes de Verão em que tu e eu fizemos juras de lealdade
Quando as promessas que tatuámos não tinham tempo nem idade

Árvore que me viu crescer, que me deu a provar o fruto apetecido
Que desde criança almejei conhecer e ao homem fora prometido
Cuja existência jurei amar e guarecer até depois da morte
Esperando que os tempos que vêm nos augurem melhor sorte
 
Árvore que me sustentas e deleitas com o teu voluptuoso beijo 
Num mundo populado de seres títeres tomados pelo vil desejo
Insuflando de vida este corpo desgarrado, por vezes inanimado
Onde pela luxúria e ganância tudo é permitido e já nada e pecado

Árvore minha, hoje dilacerada (e eis que num sopro outra vida perece)
Condenada pelos filhos de um Deus maior que fazem o que lhes apetece  
Corja de ignaros tontos que embevecidos trilham o seu terrível fim
E eu clamando por ti choro e grito, revoltado por perder parte de mim

1 comentário:

Renato Azevedo disse...

Que seria de mim, sangue da minha vida, sem ti?
Escorrendo pelos meus dedos como o tempo que vivi
Água translúcida, inodora, envolvente mas sem sabor
Tal qual minha existência nas longas noites sem amor

Recordo-me de teus lábios molhados com sabor a mel
As gotas de suor que se juntaram sobre nossa pele
Os momentos que passámos envoltos os dois
O gemido no escuro, a dor do prazer que vem depois

E vem-me à memória aquele dia em que soltaste o desgosto
A lágrima que por entre a chuva me lavou o rosto
Escorrendo da suja culpa que me paralisou o grito
Aterrorizado pelo medo de perecer, de sede de ti aflito

Água, que tantas vezes me lavas a alma e me levas a dor
Ubíqua testemunha ocular do nosso crime de amor
E definhando na tua ausência, a um Deus suplico socorro
Clamo por ti porque sei que se não beber de ti eu morro