quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA – UMA ALTERNATIVA ECOLÓGICA

Inserida nas comemorações do Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro), cerca de sessenta alunos e professores da nossa Escola assistiram hoje a uma palestra subordinada ao tema "Alimentação Vegetariana – uma alternativa Ecológica".
Ministrada pela docente Catarina Alves, esta iniciativa teve por principal objectivo desmistificar alguns preconceitos relativamente ao vegetarianismo que, conforme elucidou a prelectora, pode abarcar regimes alimentares mais ou menos diversos desde o veganismo (alimentação que rejeita qualquer produto de origem animal) ao ovolactovegetarianismo (admite o consumo de produtos de origem animal, tais como os derivados de leite e ovos).
A docente abordou de igual modo as motivações que poderão conduzir alguém à adopção destes regimes alimentares, destacando as questões éticas, de saúde, religiosas / espirituais e ecológicas. Relativamente a estas últimas, salientou a crescente pressão ambiental sobre os recursos naturais resultante de um regime alimentar predominantemente à base de carne já que, além dos recursos necessários (água, terreno cultivável, energia, etc.) para a produção dos vegetais, será também necessário um dispêndio extra de recursos para sustentar os animais que deles se alimentam. Assim, sendo que os animais utilizados para consumo ocupam maioritariamente o segundo nível das cadeias alimentares, a sua subsistência implica enormes gastos de água, disponibilidade de terreno para pastoreio, energia e, na maioria dos casos, a utilização de diversas substâncias de natureza química como antibióticos ou hormonas de crescimento. A este propósito, a docente alertou para os perigos decorrentes do fenómeno da bioacumulação, situação resultante da utilização de químicos que se concentram nos tecidos vivos em concentrações cada vez mais elevadas, particularmente no Homem carnívoro, em contraponto com o Homem herbívoro.
A pressão sobre a biodiversidade decorrente, fundamentalmente, da desflorestação das florestas indígenas para obtenção de espaços de cultivo de cereais ou para o pastoreio é outro dos factores a ter em consideração, bem como a diminuição dos recursos hídricos disponíveis, por sobreexploração ou poluição dos aquíferos. Em algumas regiões do planeta mais de 50% do consumo total de água está associado à indústria agro-pecuária, alertou. A título de exemplo a prelectora referiu que para a produção de 1 kg de vegetais são necessários, em média, cerca de 100 litros de água enquanto que, para a produção de 1 kg de carne, essa quantidade chega a ser cerca de vinte vezes superior.
A poluição atmosférica é outro factor a ter em consideração quando se aborda o tema alimentação já que cerca de 10% das emissões de GEE (gases com efeito de estufa) são provenientes da indústria pecuária, nomeadamente o metano, um dos gases com maior capacidade de retenção da radiação ultravioleta, responsável pelo aquecimento global.
Para que os alunos possam comprovar os diversos benefícios de uma alimentação vegetariana, este estabelecimento de ensino decidiu que da ementa de amanhã estarão interditas quaisquer carnes. Assim, o almoço será constituído por uma sopa de lentilhas e o segundo prato por uma lasanha vegetariana. A ver vamos se este tipo de alimentação conseguirá granjear adeptos entre os diversos elementos da comunidade escolar
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